«Da nossa coesão <br>sai a dinamização da luta»
O dia-a-dia dos estudantes do ensino secundário não é fácil, devido à falta de condições nas escolas e das muitas barreiras que têm de ultrapassar para continuar a estudar. A resposta dos militantes da JCP é a luta e a organização.
«Queremos ter uma formação responsável e sermos responsabilizados.»
«Estamos cada vez mais motivados para a luta. Cada vez mais ela é possível», afirmou Sofia Mouga, de Oeiras, na manhã de sábado. Este foi o tom geral das intervenções no Encontro Nacional do Ensino Secundário da JCP. Como declarou Nuno Pinto, de Viana do Castelo, «com a luta podemos fazer a diferença e mudar o que está mal».
Os motivos dos protestos dos estudantes foram desenvolvidos ao longo do dia com a apresentação de exemplos concretos: o fecho dos campos de jogos devido ao perigo de derrocada de um muro na Escola Secundária Camões, em Lisboa; a chuva nas salas de aula da Escola Secundária da Moita; ou a falta de papel para tirar fotocópias, na Escola António Arroio, em Lisboa.
Ao mesmo tempo, era sublinhada a vontade de lutar e a necessidade de aumentar a consciencialização dos colegas. «Não nos revemos neste sistema de ensino. Queremos protagonizar as alterações», sustentou Catarina Lopes, de Ferreira do Alentejo, que sublinhou a importância dos colectivos de escola: «Da nossa coesão sai a dinamização da luta. Somos participativos, nunca desistiremos. Queremos ter uma formação responsável e sermos responsabilizados. Não temos medo de ser jovens.»
Débora Calrinho, de Queluz, defendeu a necessidade de aproximar mais estudantes para a luta, clarificando as reivindicações, «mostrando que as greves não servem para faltar às aulas, mas para defender os nossos direitos. Há boas condições para a luta no futuro, mas tem de ser bem organizada e temos de abrir os olhos de todos para a realidade.»
Outros problemas
Além da falta de condições materiais e humanas das escolas, os estudantes encaram outras dificuldades, entre eles o sistema de avaliação. Na prática, faz-se uma avaliação pontual, com base em testes e, em alguns anos, nos exames finais, apesar de a lei prever a avaliação contínua a partir do desempenho diário do estudante: a assiduidade, as atitudes, a responsabilidade e as competências adquiridas, ou seja, a aprendizagem progressiva.
Em relação ao acesso ao ensino superior, a JCP condena os exames nacionais e o sistema de numerus clausus. Em 2006, inscreveram-se quase 177 mil estudantes nos exames nacionais, mas apenas 113 mil se puderam candidatar ao ensino superior. Destes, só cerca de 35 mil foram admitidos. Estes números mostram que 78 mil estudantes ficaram de fora, incluindo os que não obtiveram notas necessárias nos exames nacionais para prosseguir os estudos.
Os jovens comunistas contestam igualmente as aulas de substituição (considerada como uma decisão demagógica que mantém os jovens fechados numa sala, muitas vezes sem professores); o Estatuto do Aluno do Ensino Não Superior (que aponta o aluno como único responsável pela indisciplina, desprezando factores como a falta de apoio social e pedagógico e a desintegração social); as tentativas de limitar a participação associativa e a ingerência por parte dos conselhos executivos nas associações de estudantes; e a privatização do ensino, nomeadamente os bares, refeitórios e papelarias, aumentando muito os preços.
A organização
A organização do ensino secundário da JCP está a crescer, como vários participantes no encontro provaram, seja pela criação recente de um colectivo escolar em Viana do Castelo ou pelo interesse demonstrado pelos estudantes que observaram os militantes de Queluz a pintarem faixas sobre o ENES. Ou pela importância do papel dos comunistas na mobilização dos 250 estudantes que se manifestaram em Montemor-o-Novo pela primeira vez.
A participação dos militantes da JCP no movimento estudantil foi apontada como prioritária, por ser a melhor forma de conhecer os problemas dos estudantes e tentar resolvê-los. As listas unitárias, integrando comunistas, são uma forma de dar resposta às necessidades, procurando envolver o máximo de alunos e estimular a sua participação.
Os participantes apontaram várias tarefas imediatas: criar mais 50 colectivos de escola até ao fim do ano lectivo; definir metas de recrutamento em cada região; aumentar a regularidade na edição do Insubmissão, o jornal da JCP para o ensino secundário; realizar encontros regionais; aumentar o número de boletins de escola; e regularizar o pagamento de quotas e a recolha de fundos.
Os motivos dos protestos dos estudantes foram desenvolvidos ao longo do dia com a apresentação de exemplos concretos: o fecho dos campos de jogos devido ao perigo de derrocada de um muro na Escola Secundária Camões, em Lisboa; a chuva nas salas de aula da Escola Secundária da Moita; ou a falta de papel para tirar fotocópias, na Escola António Arroio, em Lisboa.
Ao mesmo tempo, era sublinhada a vontade de lutar e a necessidade de aumentar a consciencialização dos colegas. «Não nos revemos neste sistema de ensino. Queremos protagonizar as alterações», sustentou Catarina Lopes, de Ferreira do Alentejo, que sublinhou a importância dos colectivos de escola: «Da nossa coesão sai a dinamização da luta. Somos participativos, nunca desistiremos. Queremos ter uma formação responsável e sermos responsabilizados. Não temos medo de ser jovens.»
Débora Calrinho, de Queluz, defendeu a necessidade de aproximar mais estudantes para a luta, clarificando as reivindicações, «mostrando que as greves não servem para faltar às aulas, mas para defender os nossos direitos. Há boas condições para a luta no futuro, mas tem de ser bem organizada e temos de abrir os olhos de todos para a realidade.»
Outros problemas
Além da falta de condições materiais e humanas das escolas, os estudantes encaram outras dificuldades, entre eles o sistema de avaliação. Na prática, faz-se uma avaliação pontual, com base em testes e, em alguns anos, nos exames finais, apesar de a lei prever a avaliação contínua a partir do desempenho diário do estudante: a assiduidade, as atitudes, a responsabilidade e as competências adquiridas, ou seja, a aprendizagem progressiva.
Em relação ao acesso ao ensino superior, a JCP condena os exames nacionais e o sistema de numerus clausus. Em 2006, inscreveram-se quase 177 mil estudantes nos exames nacionais, mas apenas 113 mil se puderam candidatar ao ensino superior. Destes, só cerca de 35 mil foram admitidos. Estes números mostram que 78 mil estudantes ficaram de fora, incluindo os que não obtiveram notas necessárias nos exames nacionais para prosseguir os estudos.
Os jovens comunistas contestam igualmente as aulas de substituição (considerada como uma decisão demagógica que mantém os jovens fechados numa sala, muitas vezes sem professores); o Estatuto do Aluno do Ensino Não Superior (que aponta o aluno como único responsável pela indisciplina, desprezando factores como a falta de apoio social e pedagógico e a desintegração social); as tentativas de limitar a participação associativa e a ingerência por parte dos conselhos executivos nas associações de estudantes; e a privatização do ensino, nomeadamente os bares, refeitórios e papelarias, aumentando muito os preços.
A organização
A organização do ensino secundário da JCP está a crescer, como vários participantes no encontro provaram, seja pela criação recente de um colectivo escolar em Viana do Castelo ou pelo interesse demonstrado pelos estudantes que observaram os militantes de Queluz a pintarem faixas sobre o ENES. Ou pela importância do papel dos comunistas na mobilização dos 250 estudantes que se manifestaram em Montemor-o-Novo pela primeira vez.
A participação dos militantes da JCP no movimento estudantil foi apontada como prioritária, por ser a melhor forma de conhecer os problemas dos estudantes e tentar resolvê-los. As listas unitárias, integrando comunistas, são uma forma de dar resposta às necessidades, procurando envolver o máximo de alunos e estimular a sua participação.
Os participantes apontaram várias tarefas imediatas: criar mais 50 colectivos de escola até ao fim do ano lectivo; definir metas de recrutamento em cada região; aumentar a regularidade na edição do Insubmissão, o jornal da JCP para o ensino secundário; realizar encontros regionais; aumentar o número de boletins de escola; e regularizar o pagamento de quotas e a recolha de fundos.